quarta-feira, maio 31, 2006

Palestra de FALA CEIBE em Madri

Informaçom sobre a palestra de Fala Ceive em Madri Quarta feira

César Muiz Asturico.- Andava eu atarefado no meu trabalho, nesta vila grande por demais de Madri, eram as 12 horas e ia baixar com um cliente a fazer uma gestom, tivem para procurar um dado legal que entrar na Internet, roubei uns segundos e entrei tamém em Galizaunida@yahoogrupos.com, havia tempo que nom o figera, e oh meu Deus, neste 1 de Dezembro data na que em Portugal celebram a restauraçom da independência iniciada o 1 de Dezembro de 1640 contra do domínio castelhano, ia darmos duas palestras nesta cidade o Presidente de Fala Ceive Alberte Bautista, sobre umha cousa que chamava galego exterior, umha pola manhã num colégio universitário e outra na escola de idiomas central pola tarde. Como berciano e por tanto galego, nom entendia muito bem isso do galego exterior, mas o desejo enorme de poder escuitá-lo e sentir-me um pouco na minha terra, podia todo. [+...]Mudei a minha agenda, pois essa tarde eu fugiria para aboiar entre os montes dos nossos vales e olhar-me na superfície de aço que reflecte o Sil. Tomei numha cafetaria umha rápida refeiçom, deixei a conversa com um cliente e fum-me a descoberta da escola central de idiomas da cidade; eu conheço outros centros de este tipo na cidade, mas nom este. Eram às quatro e trinta quando perguntava no edifício pola tal conferência, nom dim com a pessoa indicada, mas antes de cair no desespero e pensar que estava errado na referência do sitio, um funcionário do centro trás ir consultar umhas folhas de actividades indicou-me o caminho certo. Ainda nom eram as 4:45 e já estava eu numha cadeira do fundo sala, aquilo estava ainda praticamente sem ninguém, mas eu sentia-me como o Castelao que escreveu em Buenos Aires ?Alva de Groria? As menos cinco estava o salom ateigado de publico. O público estava formado na imensa maioria por alunos e alunas e alguns ?curiosos? alheios como mim entre eles, a língua que se falava era o galego, ainda conversei com o companheiro da minha direita que resultou um de Madrid, sem laços com a Galiza e simples interessado na nossa cultura e que falava um galego excelente. Eram as cinco e ali à nossa frente achava-se Alberte Bautista, com a sua mirada límpida, acompanhado da que resultou umha das professoras de galego do Centro Ana Monteseirim (e que mais tarde viriamos a saber que era Eu-naviega). Seguia chegando gente, as cinco em ponto sufocado chegou um moço alto e moreno que saudou ou mais bem se apresentou ao conferencista, logo acabaria por saber que era um habitual da nossa lista o Alexandre Banhos. Entrarom mais duas pessoas fechou-se a porta e Ana fixo umha apresentaçom do Alberte cheia de calor familiar. Alberte começou explicando, quem era, como nasceu e se criou em Ponferrada, a sua história pessoal é um pouco um espelho do caminho percorrido por muitos galegos e galegas da zona, e logo afirmou que nom ha galego exterior, e com isso acabou de ganhar o meu coraçom; que ha galego que nom externo à Galiza, senom que é da Galiza mesmo, e que questões administrativas do estado espanhol, as do Sr. Xavier de Burgos e a sua divisom provincial, e o actual desenho das comunidades autónomas fai que haja galegos e galegas que estám em comunidades autónomas distintas da galega, e com umha limitaçom muito grave dos seus direitos linguísticos, com dous modelos, um muito agressivo cara o galego, que é o que temos em Astúrias, onde andam até a inventar línguas para nom reconhecer o galego, ainda que se está esperançado nos efeitos que poda ter a designaçom como responsável de política linguística do principado de Ramon d?Andrés, pessoa honesta que tem sempre reconhecido a realidade trilingue de Astúrias, mas de todos os jeitos, dixo, é melhor aguardar porque nunca se sabe; e outro mais ?tolerante? a partir da reforma do Estatuto de Castela-leom que permitiu o reconhecimento da língua galega e umha incorporaçom muito limitada desta ao ensino. Fixo a projecçom duns mapas acompanhados de interessantes dados sobre o Eu-Návia, O Berzo, e as Portelas, (Logo no colóquio umha garrida moça do concelho de Porto dixo que era melhor chamar-lhe alta-Seabra, fronte ao critério de Felipe Lubiám). Entrou numha vista singela mas precisa da dialectologia galega, e como o galego da franja leste e as suas características em nenhum caso estám limitadas ao território da Galiza, ?exterior? à Comunidade Autónoma da Galiza. Abriu-se um interessante colóquio onde a gente perguntava cheia de curiosidade. Alberte pudo explicar o papel tam importante que está tendo a cidade de Ponferrada na recuperaçom da língua o número de alunos que estám a demandar o galego, (e há que pensar que as exigências para existir a aula de galego som incríveis), e como medra o interesse pola língua e bon, que há umha atitude muito favorável neste poderoso núcleo que representa mais do 70 por cento da populaçom do Berzo; veu logo umha breve lembrança de todos os centros que tenhem galego, e das campanhas que realizam para continuar acrescentado-os, indicou e puxo um exemplo com um cartaz de como se conexta o galego com o português como elemento positivo. Lamentou que a Administraçom galega a pesar de que na Lei 3/83 de Normalizaçom Linguística fai referência e sinala obrigas com respeito a estes territórios, nom se preocupa com eles, e sim os galegos e galegas que tenhem enviado já vários miles de livros para a dotaçom das bibliotecas e centros. Saírom várias perguntas sobre política e língua na Franja Leste. Fixo um relatório bastante exaustivo de todas as organizações que nos territórios da Franja estám a prol da língua e a sua defesa, tivo umha mençom especial para o deputado nas Córtes de Castela polo Psoe Filipe Lubiám -um verdadeiro gigante a prol do galego-, dixo que ha que separar as reivindicações políticas das linguístico-culturais, ainda que os grupos políticos galegos si deveriam ter um compromisso claro com estes territórios. Desde o público levou duras críticas o Bloco Nacionalista galego, pois sendo a mais poderosa organizaçom política galega monstra total indiferença nesta matéria, ainda que lembrou o papel importante do BNG nas córtes do estado na reforma do Estatuto. Forom citadas outras organizações minoritárias que si que tinham outro posicionamento. Andavam na Escola com a semana da multiculturidade ou algo assim e no salom ia haver outra palestra, e tínhamos que deixar o espaço, a gente queria continuar, e o professorado fixo gestões para trasladarmos todos os que querer continuar a umha aula grande no quarto andar. Ali naquela aula onde estávamos todos apretujados, apresentou-se outra professora de galego da Escola, Neves; e entrementres Alberte seguiu a falar do tema, do grupo que preside, Fala Ceive, informou da situaçom do leonês, e como nom lhes é indiferente o que se faga a prol desta língua que está numha gravíssima situaçom no Berzo, e a falta de preocupaçom real dos leonessistas com ela, que nom a percebem mais que como um elemento de folclore no que nom se crê, e que resta de jeito compacto já só em duas pequenas áreas do Berzo: Perançais leste e parte da Cabreira. Apresentou a falta de prestígio que tem no Berzo o leonês frente a língua galega. Falou do órgulho de escutar a nenos e nenas de Ponferrada falarem em galego etc. etc. Havia que deixar a aula. A professora Eu-naviega, Ana, que estava com o rosto feliz e radiante polo sucesso da palestra e o interesse por um tema que lhe é tam achegado, indicou ao que quigera que podíamos descer a cafetaria e seguirmos falando. Peguei-me como quem nom quer a cousa ao grupo de perto de vinte pessoas que seguia a Ana e ao Alberte, escutando calado a todos, eram umha colecçom de gente maravilhosa e que amavam a Galiza com independência de que alguns nom foram galegos ou galegas, eu estava calado como si aquele nom fora o meu sítio, escuitando a todos. A minha esquerda estava Paloma, umha moça de Sárria, longe mais com contacto com os olhos Alberte, Ana falava com o Alexandre, e eu calado sentia-me feliz, - é o demo nom ter tempo em Madri para vir a esta escola de idiomas, pois paga a pena ainda que fora só pola companha -. Era tarde e nom queria romper o mágico momento, erguim-me fum a barra a pagar, tudo estava pago, saim sentindo-me um velhote no médio de tanta juventude e entusiasmo, e caminhei na noite fria mentras olhva nas ruas o sil escuro deslizando-se entre as montanhas que amo.